sexta-feira, 27 de maio de 2011

Acessos Imediatos

      O que percebo como fundamental nos ensinamentos de Krishanamurti é que o resultado não é o mais importante. Mesmo que você diga que vai se tornar uma pessoa melhor, mais espiritualizada e que vai criar um movimento para salvar a humanidade – o mais importante é o que você é agora e não o que será daqui a algum tempo.
Exatamente porque muitas afirmações procuram justificar o que você está sendo, ou deixando de ser, com base no futuro, ou no passado – o que é a mesma coisa, pois o erro, se é que podemos dizer assim, é confundir tempo e espaço. O tempo passará e não precisa se preocupar.
O espaço é o seu presente. O lugar que ocupa, o que tem à sua volta, o seu comportamento, as suas oportunidades etc. Abra seus olhos para ver o que existe além das primeiras impressões. Não é preciso virar a página para saber da sequência, nem voltar para entender melhor a história. Por alguns instantes é preciso abrir mão da memória e desligar-se das intenções, daquilo que deseja alcançar, para ver as várias realidades que estão acontecendo agora.
Feche os olhos onde estiver - se puder fazer isso em um lugar especialmente tranquilo, muito bem, mas senão, feche os olhos e observe seus pensamentos, que na verdade são suas lembranças. Veja como os fatos passam pela sua cabeça. Deixe-os passar, você não é esses fatos, eles são somente passado. Ou com base no passado você está criando cenas futuras. Mas agora concentre-se no seu interior e o veja vazio, limpo, sem barulho e totalmente em paz.
Para os que puderem, depois dessa parada, abram o Tarô – você acaba de se concectar com o seu Eu Superior e as cartas do Tarô poderão lhe mostrar as realidades que estão acontecendo. Você poderá ver outros enfoques, outras abordagem, tirando algumas dúvidas, fortalecendo algumas certezas e com certeza levando-o para decisões mais acertadas. Fazendo esse “exercício” você poderá traçar um rumo na sua vida muito mais produtivo, em todos os sentidos.
Mas é preciso que você diga: agora!

sábado, 21 de maio de 2011

Liberdade imediata

"Não aceitem o que o orador diz porque isso não é importante. Estamos interessados na liberdade, não um tipo específico de liberdade, mas a total liberdade do homem.”
Esta frase foi retirada do livro “Krishnamurti para principiantes”, editora Cultrix, página 52 e faz parte da palestra “O ensinamento gera o medo”. Ele faz a palestra e ele diz para não aceitarmos o que o orador diz – claro, a busca não é conquistar seguidores fiéis e sim pensadores livres e autônomos o suficiente para seguirem seus próprios caminhos. A superação do medo pode ser conquistada por todos, no momento da investigação da motivação do medo.
Krishanamurti é o mestre do imediato, do agora. Ele não propõe um método para ser praticado por anos a fio, ele se baseia na atenção imediata de como os pensamentos são formados, de como os tratamos de conscientes e incoscientes, mesmo sem conhecer suas origens.
Por fim “de acordo como o depoimento do próprio Krishnamurti, uma chave para compreender seu desenvolvimento encontra-se no 'espaço silencioso' que era inato a ele”. (do mesmo livro, pag.38)

domingo, 15 de maio de 2011

O sentido da vida e a direção do olhar

Mesmo depois de ter me prometido descobrir um sentido para a vida, como falei na postagem em 01/05, passei por uma sequencia de dificuldades e mudanças que exigiram bastante esforço e que não permitiram nenhuma dedicação a esse propósito tão sublime. Entretanto, depois de um tempo, comecei a perceber que os acontecimentos aparentemente dispares, continham uma coerência sutil, que foi se confirmando aos poucos.
Essa conscientização, a cada dia me dá a sensação de descobrir alguma coisa nova. Primeiro achei isso esquisito, porque me levava a dizer: ah! Por que esse conhecimento não me chegou nas minhas mãos há mais tempo? Agora sei que estava aprendendo a ver o mundo com mais atenção e em vez de ficar olhando as bobagens que fazia, passei a olhar sem criticar. Ao mesmo tempo passei a olhar pra dentro de mim. Outra coisa interessante foi me olhar andando na rua – é engraçado, mas tinha a impressão que podia me ver, como se não estivesse dentro de mim.
Talvez isso seja somente uma fantasia, mas me desvincular da rotina do corpo, abriu minha mente para me ver de uma maneira nova. De imediato, confesso que fiquei excessivamente egocêntrico, mas continuei as observações e pude abrir o olhar para ver outras pessoas. Passei a olhá-las, às vezes conversando comigo, como se estivesse fora da conversa, como se fosse do alto, de algum ponto privilegiado.
Há muita literatura sobre a questão do olhar e, entre outros, gostei muito dos ensinamentos do “brujo” Don Juan para seu discípulo Castanheda. Sua idéia principal era que estamos acostumados a ver somente o que concebemos, mas que o mundo é bem maior e podemos vê-lo se superarmos as limitações que nós mesmo nos impomos. Atualmente tenho buscado entender a física quântica e foi numa entrevista do Dr. David Albert (*) que encontrei um conceito que me chamou a atenção: “Não há como olhar o mundo passivamente. Olhar inclui interagir com o mundo”
A aproximação destes dois conceitos, do Don Juan e do Dr David, me levou a diversas viagens, como por exemplo, se eu olho para a realidade e vejo que ela possui mais do que aparece de imediato, isso pode ser uma exploração mais apurada, mas também pode ser uma criação instantãnea – o que reforça a idéia de que podemos criar a realidade que desejamos viver. Mas também observo que a realidade que eu não via, já existia idependente de mim e a atividade de vê-la. passa então a fazer parte da criação. Entretando ela só será desevendada (literalmente tirar a venda) quando houver a minha ação de ir até ela, como no caso da experiência de Schrödinger.
De tudo isso, conclui que a resposta de um sentido para a vida não é uma resposta embrulhada e pronta para ser recebida de um mestre, guru, Deus ou do univero – é uma construção que passa a existir à medida que vai sendo construída. Para onde você dirige seu olhar? Para onde você dirige a sua vida? Quais os valores que você reverencia? Quais são as suas escolhas? Se você não sabe, como pode “ver” o que lhe está sendo desvelado?
 
(*) David Albert, Phd – prof. e diretor de Fundamentos Filosóficos de Física – Universidade de Columbia –USA, em palestra sobre física quântica no filme “Quem somos nós”

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Vidas passadas e numerologia

Outro e-mail bem interessante que recebi é de uma pessoa que se sente presa ao passado, vejam esse trecho: “Quanto às práticas negativas sobre a vida de uma pessoa. Como elas atuariam já que tudo vem descrito pela numerologia?”  ... e mais adiante ela continua: “Em meu caso, mesmo tendo o dom de observar as coisas. Vejo que minha vida ficou presa ao meu passado, até pode ser uma reencarnação ... mas não progrediu em nenhum seguimento.”
Pelo que conheço da numerologia, cada nome contém características e indicações de caminhos a seguir. Entretanto é seu trabalho descobrir o que deve fazer, pois não há determinismo para sua vida e sim acontecimentos que você deve utilizar para seu aprendizado.
Os acontecimentos do passado servem para nos fortalecer para lutar – cada superação pessoal será creditada para o conjunto das pessoas, diferentemente do crescimento do ego que só enaltece ao indivíduo.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Crescimento pessoal por muitas vidas

Recebi de uma amiga leitora do blog, um vídeo muito interessante que amplia a questão do observador que falei no texto anterior. De repente o assunto deu um salto enorme e já está na questão de tomar consciência de quem é o observador e o que ele está trazendo de vidas passadas. Além disso, como se isso fosse pouco, vamos ouvir sobre a doença como oportunidade de cura, em vez de culpa e castigo.
É assunto para muitas reflexões e muito aprendizado. 
Com a palavra Dr. Décio Iandoli Jr.

domingo, 1 de maio de 2011

Por onde eu comecei

        Já faz algum tempo que tomei a decisão de saber qual era o meu destino, ou qual era o sentido da minha vida. Foi uma promessa que me fiz e mesmo correndo o risco de não chegar a lugar algum, achei que seria um bom tema para preencher a vida.
Se me perguntarem qual conclusão cheguei, direi que a tarefa ainda não terminou. Porém, com certeza vivo com muito mais sentido de quando me conscientizei da importância de discutir essa questão. Discutir comigo mesmo, porque de um modo geral, as pessoas fogem do assunto como se estivessem roubando alguma coisa. Sempre que o assunto surge, tenho a impressão que depois de poucos minutos, as pessoas querem abafá-lo para poderem continuar vivendo felizes. Na mesma época que comecei essa “perguntação” ganhei de presente – foi presente mesmo, um livro do Krishnamurti (f0t0), com suas palestras de 1955 e 1956, tratando de alguns temas como: atenção plena, aprendizado, liberdade e muito outros. A questão não é a definição dessas questões e sim a orientação dada por esse grande mestre para você se questionar sobre o que de fato está querendo.
Acho que o ponto de partida é aprender a observar o que sua mente está produzindo. É preciso tornar-se observador de seus pensamentos, de suas lembranças e emoções o que o colocará acima da sua vida e permitirá dirigi-la melhor. Quando nos desgrudamos das “funções”, podemos nos aproximar de nossa essência e, com isso, crescer muito interiormente.
Perceber a existência dessa essência – mesmo não tendo como explicá-la de maneira mais objetiva, foi por onde eu comecei. De lá pra cá, venho trabalhando para “deixar” que esta luz interna reflita na minha vida.