quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Coincidência no jornal o Globo

            Trabalhei no jornal o Globo, por seis meses no ano de 1991 e havia relativamente pouco tempo que a redação tinha sido informatizada. Foi o primeiro jornal do Rio de Janeiro a dar esse passo. Agora, sem o barulho das máquinas de escrever, prevalecia os monitores com suas luzinhas verdes neons. Editores e os principais redatores tinham seus terminais e, quando algum reporter chegava da rua, era só digitar sua senha e fazer sua matéria.
Sendo diagramador, recebi um manual com as bases para a programação visual do jornal, contendo as diretrizes para o dia-a-dia. Mas não tínhamos computadore e usávamos um mini-gabarito para traçar o que seria a página , ou seja, o jornal que tem mais ou menos 53 cm de altura, era feito numa folha em formato A4, que tem 29,7 cm.
A razão do uso dessa miniatura é que o sistema de informatização não pode incluir a execução das páginas nos computadores, como é feita hoje. Em alguma etapa do processo não foi possível ter na tela os textos, títulos, fotos e tudo mais que compõem a página, não houve comunicação entre a linguagem dos textos e a das imagens. Imaginem a confusão e a decepção que isso deve ter causado. Imaginem como devem ter pesquisado para saberem a origem do problema, que por fim, alguns anos depois, foi solucionado.  
Mas não pude deixar de observar uma coincidência interessante, que estava bem estampada no manual de diagramação, que era o nome da letra que foi escolhia – chamada Nimrod. Melhor explicando, um certo artista desenha letras formando um alfabeto, com suas variações de letras maiúsculas, negrito ou bold, itálico etc e dá-lhe um nome. Depois as publicações elegem determinados tipos de letras para usá-las na matéria principal, títulos, legendas, destaques, etc.
Ah sim, a coincidência é que esta foi a segunda vez que o Sr. Nimrod causou confusão na comunicação de setores direntes, pois a primeira foi quando ele projetou a Torre de Babel, que deveria servir de escada para o céus e que recebeu o castigo da falta de entendimento entre os pretendentes, quando o sr Deus fez que cada operário falasse uma língua diferente, estabelecendo o caos e interrompendo a construção da torre.

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